sexta-feira, 30 de julho de 2010
quinta-feira, 29 de julho de 2010
JUSTIFICATIVA
Incrível que até hoje não tenha falado de fato sobre o trabalho. Em si tratando de processo ficamos pensando na conspiração dos cosmos e esquecemos do que é real ehhehehe. Na verdade, devo confesar que essa é uma característica minha ....heheh. Mas fiquem tranquilos o trabalho existe sim e estamos tentando estrear. Bem, dia 21 de julho agora fez um ano a pesquisa. Perseverança e permância ... putz, exercícios para a vida. E , claro muita FÉ. Antes que vocês me achincalhem vou compartilhar aqui a Justificativa do projeto , pra ver se clareia mais .
“Está chovendo um copo d’alma
Nessas paredes frias
Nessas pernas frágeis
Aqui passa um rio de seis cantos
Sendo 4 esquinas
2 pontes e 6 pés interligando os ductos
desse corpo suspenso”. MC²
O ponto de partida desta obra é a solidão. Mais uma vez a senhora dos nossos medos mais comuns realça-se no coração do artista. Por que será que esta temática é tão recorrente nas obras atuais?
Não é preciso ser um especialista para perceber que mesmo depois de algumas décadas o “vazio” tão bem representado em Beckett perpetua nas indagações e provocações feitas nas encenações contemporâneas. O maior desafio desse trabalho é a busca pelo “Estar em Cena”, pelo oco, pelo
vazio, em não ser Nada, simplesmente Estar. O vazio que dói por que tudo em volta se dissolve, nada estabelece vínculos. O vazio da modernidade líquida tão criticada por Bauman. A piscina vazia.Um corpo que sempre se esvazia.
Este processo é um apontamento das inquietações de uma artista que deseja encontrar na sua particularidade motivação para continuar a trilhar os caminhos da criação artística. Há alguns anos esta mesma pretendia criar algo embasado no seu conto e, através, de pesquisas teóricas
encontrou na obra do sociólogo polonês um suporte para sustentar suas idéias. A inquietante insatisfação de não se sentir representada em muitos trabalhos e a necessidade de se encontrar em um processo que pudesse ser genuíno levaram-na intuitivamente, em 21 de julho de 2009, a dar início à pesquisa, mesmo sem saber por onde começar. À medida que se encontrava com o objeto observava- o investigando às infinitas possibilidades de imagens. Estabeleceu assim que pesquisaria possíveis fotografias do objeto com o corpo. Aos poucos, foi selecionando aquelas que mais lhe apeteciam até perceber que tudo era plástico e que seu corpo dançava com o objeto. Esse momento de crise foi decisivo para chamar a direção, pois repentinamente se viu em contato com um repertório totalmente diferente. Assim, o olhar de Isadora Dias foi trazendo a forma e a técnica necessária. Os exercícios com os apoios do corpo, e a investigação pelos ocos e vazios do corpo além do exercício da simples e complexa presença. Através de improvisos orientados foram se delineando um roteiro para o trabalho. Neste momento era necessário buscar qualidades de movimentos que revelassem o estado de liquidez. No estágio dos detalhamentos o corpo conquistou mais autonomia conseguindo uma relação mais orgânica com o objeto.
A trilha, confeccionada por Loop B, surge então como um elemento que estimula as intenções de movimento, no entanto, nem sempre dialogando ritmicamente. Nesse sentido, o estranhamento da quebra do ritmo proposto e os longos silêncios são extremamente provocadores. É como se os
elementos da cena, às vezes, se distanciassem permanecendo isolados, sem vínculo, assim como nas relações descritas por Bauman.
A projeção de Wilq Vicente dialoga com a obra propondo uma intervenção com elementos urbanos em plano, freqüentemente parado, em oposição ao movimento do corpo no espetáculo. No entanto, as imagens revelam a busca vazia no cotidiano saturado do consumismo exacerbado e o frenético ir e vir das pessoas em uma cidade de anônimos. O cenário paulista realça o lugar da efêmera passagem dos corpos, os lugares insalubres e inóspitos habitados por moradores de rua vivendo à deriva, fadados a própria incerteza do presente e dissolvidos, indiferentemente, na paisagem da metrópole. A câmera flagra o universo real desse estado líquido em que vivemos.
“PISC in À” é um espetáculo que estará sempre em processo uma vez que ainda não se esgotaram as ferramentas para sua realização. É o trabalho de uma atriz dançarina que se aventurou a encarar novos desafios mergulhando na sua intimidade e permitindo se transformar em um universo, a princípio, desabitado em seu corpo. As descobertas foram muitas mas tantas estão por vim, pois, a troca do aprendizado não se sucedeu de maneira efetiva. Enfim, PISC in À é uma obra instigante, bela, autêntica que provoca nossa sensibilidade e precisa ser compartilhada com as mais diversas culturas, por isso escolhemos quatro cantos diversos do país, acreditando potencializar o trabalho através dos diferentes olhares. MC²
“Está chovendo um copo d’alma
Nessas paredes frias
Nessas pernas frágeis
Aqui passa um rio de seis cantos
Sendo 4 esquinas
2 pontes e 6 pés interligando os ductos
desse corpo suspenso”. MC²
O ponto de partida desta obra é a solidão. Mais uma vez a senhora dos nossos medos mais comuns realça-se no coração do artista. Por que será que esta temática é tão recorrente nas obras atuais?
Não é preciso ser um especialista para perceber que mesmo depois de algumas décadas o “vazio” tão bem representado em Beckett perpetua nas indagações e provocações feitas nas encenações contemporâneas. O maior desafio desse trabalho é a busca pelo “Estar em Cena”, pelo oco, pelo
vazio, em não ser Nada, simplesmente Estar. O vazio que dói por que tudo em volta se dissolve, nada estabelece vínculos. O vazio da modernidade líquida tão criticada por Bauman. A piscina vazia.Um corpo que sempre se esvazia.
Este processo é um apontamento das inquietações de uma artista que deseja encontrar na sua particularidade motivação para continuar a trilhar os caminhos da criação artística. Há alguns anos esta mesma pretendia criar algo embasado no seu conto e, através, de pesquisas teóricas
encontrou na obra do sociólogo polonês um suporte para sustentar suas idéias. A inquietante insatisfação de não se sentir representada em muitos trabalhos e a necessidade de se encontrar em um processo que pudesse ser genuíno levaram-na intuitivamente, em 21 de julho de 2009, a dar início à pesquisa, mesmo sem saber por onde começar. À medida que se encontrava com o objeto observava- o investigando às infinitas possibilidades de imagens. Estabeleceu assim que pesquisaria possíveis fotografias do objeto com o corpo. Aos poucos, foi selecionando aquelas que mais lhe apeteciam até perceber que tudo era plástico e que seu corpo dançava com o objeto. Esse momento de crise foi decisivo para chamar a direção, pois repentinamente se viu em contato com um repertório totalmente diferente. Assim, o olhar de Isadora Dias foi trazendo a forma e a técnica necessária. Os exercícios com os apoios do corpo, e a investigação pelos ocos e vazios do corpo além do exercício da simples e complexa presença. Através de improvisos orientados foram se delineando um roteiro para o trabalho. Neste momento era necessário buscar qualidades de movimentos que revelassem o estado de liquidez. No estágio dos detalhamentos o corpo conquistou mais autonomia conseguindo uma relação mais orgânica com o objeto.
A trilha, confeccionada por Loop B, surge então como um elemento que estimula as intenções de movimento, no entanto, nem sempre dialogando ritmicamente. Nesse sentido, o estranhamento da quebra do ritmo proposto e os longos silêncios são extremamente provocadores. É como se os
elementos da cena, às vezes, se distanciassem permanecendo isolados, sem vínculo, assim como nas relações descritas por Bauman.
A projeção de Wilq Vicente dialoga com a obra propondo uma intervenção com elementos urbanos em plano, freqüentemente parado, em oposição ao movimento do corpo no espetáculo. No entanto, as imagens revelam a busca vazia no cotidiano saturado do consumismo exacerbado e o frenético ir e vir das pessoas em uma cidade de anônimos. O cenário paulista realça o lugar da efêmera passagem dos corpos, os lugares insalubres e inóspitos habitados por moradores de rua vivendo à deriva, fadados a própria incerteza do presente e dissolvidos, indiferentemente, na paisagem da metrópole. A câmera flagra o universo real desse estado líquido em que vivemos.
“PISC in À” é um espetáculo que estará sempre em processo uma vez que ainda não se esgotaram as ferramentas para sua realização. É o trabalho de uma atriz dançarina que se aventurou a encarar novos desafios mergulhando na sua intimidade e permitindo se transformar em um universo, a princípio, desabitado em seu corpo. As descobertas foram muitas mas tantas estão por vim, pois, a troca do aprendizado não se sucedeu de maneira efetiva. Enfim, PISC in À é uma obra instigante, bela, autêntica que provoca nossa sensibilidade e precisa ser compartilhada com as mais diversas culturas, por isso escolhemos quatro cantos diversos do país, acreditando potencializar o trabalho através dos diferentes olhares. MC²
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Ensaio Aberto na ELT
Fizemos o ensaio aberto na ELT no dia 15/07 . Foi a pimeira aparição pública da PISC in À. Na platéia tinham aproximadamente 30 pessoas. O legal foi que essas permaneceram para um bate papo. Os comentários foram elogiosos e algumas críticas importantes pontuaram coisas a serem trabalhadas ainda. Mas são detalhes que acompanham o processo. Estou feliz e animada acreditando ainda mais nesse trabalho. No presente momento preciso ensaiar e ainda não encontrei um espaço . Caso, algúem conheça ou possa disponibilizar , agradeço. E assim , vamos caminhando, trabalhando mais na produção e agitando uma possível estréia.
Agradeço os presentes e especialmente a Escola Livre, a nave mãe, na figura da Juliana Monteiro que permitiu nossa apresentação. Obrigada também à Isadora, Carolina, Loop B e Wagner Antônio. Salve, salve! MC²
quinta-feira, 15 de julho de 2010
ensaio aberto na mostra ELT
Acabamos de chegar da apresentação na ELT.
Aqui, tomando um vinho com a Cecília, dá pra certeza que o espetáculo já está de pé.
Ajustes sim, mas a força essencial já está toda lá.
As pessoas presentes gostaram muito.
A luz foi legal.
A trilha ajudou a levar o público aonde Cecilia e Isadora queriam levar.
Gosto muito do trabalho e me sinto feliz de estar participando dele.
Beijão Cecilia!!!
Aqui, tomando um vinho com a Cecília, dá pra certeza que o espetáculo já está de pé.
Ajustes sim, mas a força essencial já está toda lá.
As pessoas presentes gostaram muito.
A luz foi legal.
A trilha ajudou a levar o público aonde Cecilia e Isadora queriam levar.
Gosto muito do trabalho e me sinto feliz de estar participando dele.
Beijão Cecilia!!!
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